TOP 50 de discos de 2007 – # 11-20

#11. The National
(Boxer)

O que difere Boxer do trabalho anterior, Alligator, do The National é a densidade instrumental que este novo registro apresenta. A responsabilidade e sofisticação do disco são influências de Peter Katis, que já tinha trabalhado com o Interpol e o Spoon, contribuindo com sua experiência aqui. A faixa de abertura, “Fake Empire, respira melancolia no piano (tocado por Sufjan Stevens), nas instrumentações crescentes e na voz barítona de Matt Berninger, expandido essa atmosfera sonora ao longo do álbum.

Dica de download: “Slow Show”

#12. Klaxons
(Myths of the Near Future)

Ícones do new rave, os garotos sensação do Klaxons apresentam um som hipnótico na bateria apressada, excesso de guitarras, sons de sirenes e urgência em animar qualquer ambiente. Há momentos em que o resultado surge efeito diante do caos sonoro das faixas (“Atlantis to Interzone”) que funcionam assim em sua totalidade – no melhor sentido da expressão, é claro.

Dica de download: “Gravity´s Rainbow”

#13. LCD Soundsystem
(Sound of Silver)

O LCD Soundsystem, projeto musical do produtor James Murphy, é uma mistura de punk-pop-rock com eletrônica. O marcante registro vocal de Murphy e a miscelânea sonora dos estilos, como nos trabalhos anteriores, são os atrativos deste Sound of Silver. Mais lapidado e com hits variantes que seu antecessor, as inserções de elementos sonoros – sininhos, teclados, sussurros, xilofones,… – transformam o álbum numa Torre de Babel traduzida em letras que abordam questões sócio-políticas (North American Scum) e desolação por parte do artista (“All My Friends”), sem perder o embalo por um segundo.

Dica de download: “Someone Great” (vídeo)

#14. Basia Bulat
(Oh, My Darling)

Oh, My Darling é um álbum pequeno que se torna rico em sua própria simplicidade. A canadense Basia Bulat cresceu ao som de clássicos da Motown, Beatles, Beach Boys e Sam Cooke. Sua estréia é um folk-jazz de efeito acústico conduzido de forma primordial pela voz suave e contrastante da artista. Há quem diga que é esse Oh, My Darling é a versão de Funeral, do Arcade Fire, na voz de uma menina. Exageros à parte, trate-se de uma bonita estréia.

Dica de download: “Birds of Paradise”

#15. The White Stripes
(Icky Thump)

Jack e Meg voltam com seu rock cru calcado no preto, branco e vermelho. Icky Thump (o disco) aumenta o volume das guitarras, canta política ou sobre um murro construído para barrar a imigração ilegal (“Icky Thump”, a música). A faixa “Conquest” parece ter saído de um Western norte-americano com sua percussão com qualidade de hino de cavalaria. Destaque para a divertida “session” de “Rag and Bone” com a dupla se divertindo nos instrumentos e conversas.

Dica de download: “Rag and Bone”

#16. Spoon
(Ga Ga Ga Ga Ga)

O Spoon chega em seu sexto álbum de estúdio em ótima forma. Um dos grandes feitos desse quarteto texano é criar música indie com cara de hit para rádio – abusando dos hipnóticos arranjos instrumentais. Prova disso, está na faixa de abertura “Don´t Make Me a Target” (destaque para o piano marcado), na melodia minimalista de “My Little Japanese Cigarette Case” e na explosão latina de “The Underdog”, produzida pelo competente Jon Brion. Ga Ga Ga Ga Ga é disco popular independente, feito para todo mundo gostar e as pessoas se perguntarem enternamente “de quem é aquela música?”.

Dica de download: “You Got Yr. Cherry Bomb”

#17. Feist
(The Reminder)

O vocal de Leslie Feist é um encontro de sensualidade com intimidade. As composições, em sua maioria com base acústica fundida ao folk, pop e jazz, encontram simplicidade nas letras – como por exemplo na pequena gigante “1 2 3 4″, na qual abre cantando: “1, 2, 3, 4 / tell me that you love me more”. Com momentos delicados (“So Sorry”) e pegada pop sortida (“My Moon, My Man” / “I Felt It All”), The Reminder é o típico disco para se escutar sozinho num quarto escuro, deixar se envolver pelas melodias e imaginar uma mão delicada acariciando seu rosto.

Dica de download: “Brandy Alexander”

#18. The New Pornographers
(Challengers)

Uma das (muitas) qualidades do New Pornographers é a química entre seus oito integrantes. Suas composições contagiantes poderiam ser definidas como uma conversa entre Burt Bacharach e Brian Wilson sobre as felicidades e desilusões da vida. A faixa título e o belíssimo hino ao amor de “Go Places” permitem que o vocal melancólico de Neko Case contribua à sonoridade e interpretação das composições. O ápice do entusiasmo revela-se em “All the Things that Go to Make Heaven and Earth”, com os instrumentos e a harmonia cativante.

Dica de download: “All the Things that Go to Make Heaven and Earth”

#19. !!!
(Myth Takes)

Myth Takes, o terceiro álbum do !!! (Chk Chk Chk), é um disco feito para dançar, acredite – as faixas fariam sucesso em qualquer balada alternativa. A junção eletrônica com o punk-funk-rock resulta num trabalho extremamente complicado pelas referências, no entanto bem administrado. As músicas parecem que chegam à beira de um orgasmo (“Must Be the Moon”) de referências.

Dica de download: “All My Heroes Are Weirdos”

#20. The Thrills
(Teenager)

Teenager, terceiro trabalho dos irlandeses do The Thrills, transporta o próprio título para as suas melodias. Assim como um adolescente, as composições vão se desenvolvendo nas texturas instrumentais (“I´m So Sorry”) e amadurecendo num pop inocente até o seu desfecho.

Dica de download: “Nothing Changes Around Here” (vídeo)