10 anos sem Jeff Buckley

Jeff Buckley

Há dez anos, calava-se uma das vozes que posso dizer que guiou minha adolescência. Jeff Buckley (1966-1997), assim como seu pai – o cantor de folk rock Tim Buckley, teve carreira breve, mas brilhante.

Seu disco de estreia Grace (1994) encanta no vocal suave, arranjos de guitarra transformados em serenatas e letras que são confissões tiradas de um diário. Até hoje, o trabalho é lembrado como um dos melhores álbuns dos anos 90 e fonte de inspiração para vários artistas, como: Coldplay, Muse e Rufus Wainwright.

No ano seguinte, o álbum ganhou na França o renomado “Gran Prix International Du Disque – Academie Charles Cros”, prêmio concedido por um júri de profissionais da indústria fonográfica, jornalistas e o presidente do Ministério de Cultura da França. Um prêmio para grandes artistas, entregue anteriormente a figuras como Edith Piaf, Joan Baez, Joni Mitchell, Bob Dylan, Leonard Cohen e Bruce Springsteen.


Clipe de “Grace”

Talvez nunca apareça outro disco como Grace, um cover digno para “Hallelujah” de Leonard Cohen e canção como “Lover, You Should’ve Come Over”. Esta última, com seu orgão fúnebre dando sequência a uma série de confissões para uma amante numa letra corajosa de Buckley: “and much too blind to see the damage he’s done and sometimes a man must awake to find that really, he has no-one” (“E muito cego para ver os erros que cometeu e há momentos em que um homem precisa acordar para perceber que ele não tem ninguém”).


Clipe de “Last Goodbye”


Clipe de “So Real”

Quando estava em fase de finalização de seu segundo registro de estúdio (Sketches for my Sweetheart the Drunker) a tragédia chegaria à família Buckley. Animado com o andamento do trabalho, o artista foi ao Mud Island Harbor nadar no Rio Mississippi e, poucos minutos depois, desapareceu. Quatro dias após o incidente, seu corpo foi encontrado. Até hoje, com seu breve legado, Jeff conquista novos fãs e influência novas gerações. Morreu cedo, aos 30 anos, e não há voz que iguale à tristeza de suas confissões. Em uma palavra: único.